Tom e Jerry, o felino e o roedor em eterna rivalidade que divertiu gerações em mais de cento e sessenta curtas de animação de Hanna-Barbera desde 1940, agora chegam na moderna Nova York com uma aventura híbrida de animação e live-action.
Dirigido por Tim Story a partir de um roteiro de Kevin Costello, ‘Tom & Jerry’ se passa em uma versão do mundo onde todos os animais são desenhos animados – criando uma ambientação cativante. A obra resiste à tentação de redesenhar seus personagens-título, embora eles recebam alguns ajustes sutis – a equipe da Warner Animation Group eliminou as grossas linhas pretas que os faziam parecer ‘desenhos animados’ e adicionou sombreamento aqui e ali para dar a eles um pouco de dimensão.
Se há algo que pode ser dito sobre ‘Tom & Jerry’, é que os queridos gato e rato passam a maior parte do tempo no filme fazendo o que fazem de melhor: jogando um jogo hiper-destrutivo de caça e armadilhas. Para ser justo, ter personagens não-verbais mais conhecidos por curtas de animação carregando um filme de 101 minutos é uma tarefa difícil. Em vez disso, o híbrido live-action / animação da Warner Bros. Pictures, mostra os rivais clássicos do desenho em uma aventura que gira principalmente em torno de humanos interpretados por Chloë Moretz, Michael Peña, Rob Delaney, Colin Jost e Pallavi Sharda.
Embora tenha bons momentos de diversão, o longa acaba se atolando em uma sobrecarga de tramas humanas. Em um esforço para reunir o mundo dos desenhos com a vida real, a dupla principal é frequentemente marginalizada, servindo apenas para complementar a história de Chloë Moretz e seus esquemas e golpes para manter o emprego em um luxuoso hotel. A comédia física pastelão oferece algumas risadas que, juntamente com o humor leve, provavelmente agradará alguns membros da família. É uma pena que os próprios Tom e Jerry muitas vezes fiquem em segundo plano em seu próprio filme, sem muito a fazer além de servir à história dos outros.
Por Luís Vinícius Melione