Após uma tentativa de continuar com o legado de Fleming com Sabastian Faulks, chega a vez de Jeffrey Deaver assumir a importante posição de criar uma nova aventura de James Bond, desta vez não só as continuações de Amis, Gardner e Benson ficaram de lado, como também os romances de Fleming e a nova continuação de Faulks.
Bond já não vive mais nos anos 50 ou 60, está em 2011, uma época em que os governos vivem constantemente sua guerra contra o terror, principalmente após os atentados de 11 de setembro aos EUA.
Praticamente todos os personagens que compõem as obras de Fleming, M, Monnepeny, Goodnight, Taner, Leiter e Mathys estão aqui (até citação á May, sua governanta), devidamente repaginados para o século atual assim como a Seção Q.
Neste romance, Bond é um veterano da guerra da Afeganistão, agente da ODG (Overseas Devopment Group, algo como Grupo de Desenvolvimento no Exterior) criado após os ataques já citados, praticamente um “braço” do MI6, aqui fica a seção 00, na qual faz parte com a mesma função.
As Bondgirls deste livro são muito mais que apenas casos amorosos ou alívios românticos, como Felicity Willing (algo como Disposta para Felicidade, o autor não esqueceu de Fleming quando criou este nome, visto que o mesmo sempre criava nomes com duplos sentidos) e sua luta contra a fome.
O plot se inicia quando o serviço de inteligência britânico consegue informações a respeito de um suposto ataque envolvendo centenas de mortes, e claro, 007 é o escolhido para investigar e se depara com mais um vilão egocêntrico, megalomaníaco e com características estranhas (Deaver manteve, de forma mais atual e realista, o formato de vilão de Fleming). Severean Hydt é um poderoso dono da Green Way, empresa de reciclagem, que construiu sua fortuna de forma obscura, além disto, chega á ser um necrofilo, pois seu passatempo preferido é ver corpos em decomposição.
Velhos personagens repaginados, equipamentos atualizados (Whater PPS no lugar da PPK), veículos novos e antigos (Bond tem um Jaguar e o velho Bentley), tudo na medida certa para unir o clássico ao atual.
Além de tudo isto, o autor se arrisca e “joga” pelo livro fatos relacionados ao passado dos pais de Bond, que morreram quando ele ainda era um garoto, aguçando a curiosidade do leitor e principalmente dos fãs de James Bond.
O titulo fica claro, Carte Blanche é Carta Branca, pois dentro da Inglaterra quem manda é o MI5, o que deixa o trabalho de Bond “engessado”. Fora do país ele tem total liberdade para agir, e claro, com licença para matar.
Deaver, autor de vários romances, traz nesta obra um Bond do século 21, deixando a Guerra Fria de lado e adotando a atualidade do mundo que vive uma guerra contra terroristas. Um reboot muito bem vindo e talvez aquilo que o filme Casino Royale (2006) não conseguiu ser: a renovação perfeita para um personagem eterno.
Novamente me veio a imagem do Bond de Connery e o cenário de Brosnan…. Um livro com bastante elementos de Fleming, mas bastante atual…. Uma leitura que agrada a todos.. Gostei de ler o livro…