007 contra SPECTRE foi a primeira vez que vi um BondMovie no cinema, e acabou sendo envolvida em sentimentos contraditórios.
Silêncio na sala, está tudo escuro e de repente começa a diversão com o velho e conhecido leão da MGM e demais vinhetas de produtoras, porém depois delas vem minha primeira grande emoção, finalmente a Gunbarrel está de volta ao se lugar, a expectativa vai lá pro alto.
Completamente empolgado, me deixo levar por uma das melhores, se não a melhor, sequencia pré-título. Começamos percorrendo um longo caminho sem cortes até nosso herói se revelar completamente, ponto para o grande diretor Sam Mendes, que culmina na explosão de um prédio, perseguição de um vilão e uma sequência de helicóptero de tirar o fôlego.
Até aqui estou completamente envolto em emoção e penso “Nossa, esse vai ser tão bom quanto Skyfall!”, é pra mim não foi bem assim.
A insistência em criar um única linha de tempo, e em “ressuscitar” os filmes anteriores, está mais viva que nunca em Spectre e isso me incomoda. Não é que eu não tenha gostado do filme, a questão é que o caráter “avulso” presente na franquia e que notamos em Skyfall, faz muito mais sentido para mim que datar o personagem, o que em minha opinião mata o personagem (outra ora explico melhor essa teoria).
A despeito dessa ‘punhetagem” do passado do Bond, percebemos aqui o filme da era Craig com a maior quantidade de elementos clássico, como alguns gadgets (a hora que o Q entrega o relógio pra ele berrei sozinho “Nossa, o relógio explode”), o humor mais escancarado e finalmente a volta do nosso querido Bond, James Bond, como sempre deveria ser.
Esse sentimentos conflitantes clássico versus novo, me acompanharam durante todo o filme, mas dois elementos centrais me jogaram pra baixo de vez: a origem e motivação do vilão. pra mim ridículas (Christph Waltz deixou a desejar parecendo muito com Bastardos Inglórios) e o desfecho que emula 007 A Serviço de Sua Majestade.
Em resumo o filme tem o 007 que amo em uma história que não gostei, ficando assim esse gosto agridoce, ambíguo, de ter gostado do que vi, mas não como vi.
nota: 007
Por: Lucian Novo