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A Review To a Kill – Kong: A Ilha da Caveira

Fomos a estréia de Kong: A Ilha da Caveira, e vamos dividir nossa opinião com vocês no primeiro A Review To a Kill de 2017. Os grandes “monstros” estão de volta, e depois de Godzilla, nada mais justo que King Kong também voltasse renovado.

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Ao ver pela primeira vez a nova versão do gorila gigante foi inevitável a recordação do primeiro King Kong bípede criado por stop motion no clássico de 1933, dirigido por Ernest B. Schoedsack e Merian C. Cooper – sua postura e até o formato do rosto evidenciam a semelhança visual do primata. Mas a homogeneidade não se estende além de características físicas, já que o novo filme decide mostrar uma nova origem e introduzir Kong a um universo fantástico muito maior.

Dirigido pelo novato Jordan Vogt-Roberts e escrito por Dan Gilroy, Maxbcbkong1 Borenstein e Derek Connolly, a trama narra a história de uma equipe de cientistas, soldados e aventureiros que se unem para explorar uma ilha mística e intocada no oceano Pacífico. Isolados de qualquer tipo de ajuda, a equipe luta pela sobrevivência dentro do território do poderoso Kong.

O longa é repleto de momentos enérgicos e grandes sequências de ação, que executados de forma ágil pelo diretor, funcionam perfeitamente para disfarçar o roteiro superficial. Não estranhe se Apocalipse Now (1970) vier a sua mente ao assistir Kong: A ilha da caveira – a referência à obra de Francis Ford Coppola está presente desde os cartazes do filme, atribuindo à aventura um clima mais árduo criando um contraponto efetivo para os alívios cômicos.

A trilha sonora, que também remete a filmes de guerra, não poderia ter sido melhor – canções pop que acompanham os personagens e seus helicópteros com maestria. A fotografia de Larry Fong (Batman vs Superman – A Origem da Justiça) é ousada em suas escolhas de perspectiva e abusa da mistura de cores fortes, criando uma identidade visual particular para o novo universo de monstros extraordinários. Há uma sequência em que certo personagem enfrenta as criaturas da ilha usando uma inesperada espada samurai (adicionada ao roteiro de forma simples e inteligente) encoberto por uma fumaça verde, que é visualmente empolgante e elegante.

O elenco, que conta com astros como Tom Hiddleston (Os Vingadores), Samuel L. Jackson (Pulp Fiction – Tempo de Violência), John Goodman (O Grande Lebowski), Brie Larson (O Quarto de Jack), Toby Kebbell (Planeta dos Macacos: O Confronto) e John C. Reilly (Deus da carnificina) não consegue manter o mesmo nível do resto da produção. Se a tentativa era convencer o público de que aqueles personagens tem alguma profundidade, falharam.

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John C. Reilly é o único com um arco narrativo mais desenvolvido que alias, é o verdadeiro protagonista da história junto com Kong. Diante dos personagens mal aproveitados de Hiddlestom e Goodman, Samuel L. Jackson consegue entregar um performance razoavelmente eficiente, mas o peso dos diálogos é mais perceptível através dos militares a comando de Jackson. Já a falta de expressão de Brie Larson é perdoável nas cenas de suspense em que a personagem (que é uma jornalista anti-guerra) segura a maquina fotográfica como se estivesse empunhando uma arma.

O ritmo da aventura é dinâmico e remete a um vídeo game (com direito a chefões de fase e safe points) incluindo uma eventual pitada de viés politico. O terceiro ato se sustenta em confrontos entre monstros colossais que empolgam pelas qualidades técnicas e sonoras. Ao contrário das versões anteriores, essa não se leva tão a sério, o que torna o filme mais descontraído e ao mesmo tempo mais audacioso em suas escolhas. Kong: a ilha da caveira é repleto de ótimas referências cinematográficas (ocidentais e orientais) com uma coragem rara – ser, de fato, um blockbuster pipocão sem medo de exageros e violência caricata.

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Por fim, o gorila: visualmente é espetacular. O CGI (imagens geradas por computador) funciona perfeitamente interagindo com o que é real e o que é artificial. As outras criaturas da ilha podem não impressionar tanto, já que as aparências não empolgam e são facilmente esquecíveis. Ainda assim, é evidente que Kong se tornou um ícone cinematográfico inigualável, tal como seu habitat. De 1933 a 2017, o rei da Ilha da Caveira sempre surge impressionante e implacável.

Obs: fique na sessão até o final dos créditos

Por: Luís Vinícius Melione

Bondcast

3 Comments

  1. Otima critica, ansioso para ver o filme, e por esse estilo de aventura descompromissada!!

  2. Não vou assistir ao filme pq mesmo sabendo que é CGI mas ali está um animal representado. Para mim isdo basta. Assisti uma outra versão ha mtos anos na sessão da tarde e chorei por mtos dias. Me senti muito mal.
    Mas te parabenizo por seu excelente texto. Vc é talentoso e falo com autoridade de quem já escreveeu os textos nos tempos da
    extinta Comunidade 007 Brasil. Parabéns, Meli.Bjs

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