A Review To a Kill – Power Rangers

The Mighty Morphin Power Ranger é uma série de TV norte-americana que fez enorme sucesso nos anos 90 e continua tendo versões até hoje. Trata-se de uma adaptação do gênero Tokusatsu (séries japoneses de super-heróis com efeitos especiais) chamada Super Sentai, os famosos seriados de esquadrões de super-heróis japoneses… e coloridos!

Não lembro a data exata em que comecei a assistir o seriado, mas lembro que era criança e o quanto aquilo era divertido e empolgante. Lembro de ter alugado o VHS do filme na época, em uma sexta-feira à noite, mas só pude assistir no sábado de manhã, pois a televisão à noite era domínio de meu pai. Mas a espera valeu muito a pena, tanto que gosto de assistir esse filme até hoje. Passada a sessão nostalgia, quando anunciaram o novo filme, torci o nariz, critiquei e já considerava a maior bomba do ano no cinema blockbuster. E adivinhem, meus amigos? Eu não poderia estar mais enganado!

A nova versão de Power Rangers não é apenas uma reinvenção, mas sim uma coragem
nostálgica de trazer todos aqueles absurdos sem nenhum sentido às telas do cinema, em uma época que, a cada vez mais, fãs e críticos exigem mais de filmes do gênero super-herói. Sim, digo que o filme é corajoso por seguir, basicamente, a estrutura dos episódios da série de TV, por assumir a galhofa e o non sense em vários momentos e ser uma grande homenagem para uma geração que cresceu assistindo esses personagens. O filme é, na minha visão, concebido para as crianças dos anos 90, o que não significa que as de hoje não curtirão o filme… o visual vídeo-game pode ajudar a conquistar novos fãs! Se você assistiu, não gostou e está pensando nesse momento: Caramba, que cara babaca, o filme é uma grande baboseira, saiba que a melhor coisa desse filme é a baboseira e o clima até piegas dos anos 90 em algumas passagens.

Também não estou dizendo que seja a oitava maravilha do mundo, mas o filme é divertido e ponto. Isso é um fato! Em uma época que a cada semana parece que os grandes estúdios têm a obrigação de estrear o melhor filme do mundo – e se não for assim, é o maior lixo da humanidade – não custa sermos sensatos em dizer que o novo Power Rangers entrega exatamente aquilo que prometeu: diversão, diversão e diversão! Me senti novamente naquele sábado de manhã com o VHS, curtindo aquela história sem sentido, aquelas lutas exageradas e aquela música tema! SIM, a música toca durante o filme e é de arrepiar. O diretor Dean Israelite, que é um recém chegado à grande indústria cinematográfica, tenta coisas diferentes e acerta em cheio, trazendo uma aventura com bastante ritmo e decisões corajosas… não vou falar aqui, mas se você assistiu deve saber do que estou falando; é algo que envolve os Rangers em perigo e a vilã, Rita Repulsa, cumprindo sua palavra.

O elenco também está muito bem, e apesar de jovens e exagerados em alguns momentos, convencem e trazem muito carisma aos personagens. Aliás, falando em personagens, eis um grande trunfo do roteiro! A identidade humana dos Rangers é muito bem explorada nesse filme, apesar de a história girar mais em torno dos Rangers Vermelho, Azul e Rosa, os outros dois, com questões mais fortes (como a homossexualidade, por exemplo), também ganham destaque e a empatia do público. O tom de deslumbramento é acertadíssimo, pois, convenhamos, se um dia você, adolescente, acordasse com super poderes, qual seria sua reação?

E isso trouxe até maior fragilidade aos heróis, pois você sente que eles não possuem controle total sobre os poderes ou até mesmo sobre seus Zords, gerando uma cena muito divertida com o Megazord! Enfim, o novo Power Rangers é uma grande diversão (me desculpe usar essa palavra tantas vezes, mas é a que melhor ilustra o filme), não só para a platéia, mas também para o elenco, direção e todos os envolvidos. Ouso dizer que este é um dos melhores filmes de origem de super-heróis que já vi, por ser fiel à sua essência e criar um novo universo de aventuras. Que venham as continuações! Go Go GO!

Por: Thiago Ubaldo