Hoje recebemos a triste notícia do falecimento de Sir Roger Moore aos 89 anos. Conhecido principalmente por seu papel como James Bond e por ser embaixador da Unicef, este bem humorado ator deixará, além de um maravilhoso legado, muita saudade.
Quando George Lazenby não vingou no papel do famoso espião britânico e o retorno de Sean Connery culminou em uma última aventura pouco memorável, Roger Moore entrou com o pé direito e mostrou que James Bond sempre será maior e mais longevo que qualquer um de seu intérpretes. Moore já havia sido considerado para o papel anteriormente, mas estava ocupado com outras produções. O ator teve sua estreia como James Bond em 1973, já apresentado características únicas e icônicas para a sua eterna versão de 007.
Buscando se distanciar da Guerra Fria, os filmes de Roger Moore abraçaram um James Bond mais alegre e divertido, levando o expectador para um lado mais de fantasia e inovação. Uma época em que o cinema era influenciado por novos padrões culturais. O 007 de Moore não se levava tão a sério, com charme e elegância inigualáveis.
Abaixo uma resenha de cada filme e na sequencia um link para nossos podcasts sobre os filmes, homenagens de fãs para fãs.
C0m 007 Viva e Deixe Morrer (1973)
Quem acha que só Sean Connery é James Bond está muito enganado. Com 007 Viva e Deixe Morrer fica claro que James Bond é um personagem acima de quem o interprete. Roger Moore se mostrou uma ótima escolha para conduzir o público em uma nova aventura por ambientes e costumes exóticos. Se não fosse o talento e desempenho de Moore como o substituto de Connery, provavelmente a franquia teria morrido. O ritmo do longa é agradável e dinâmico, não demorando para que as primeiras cenas ação apareçam em tela e se intercalem com desenvolvimento de ótimos personagens extraídos da literatura. O filme conta com um antagonista desafiador e com sequências memoráveis de perseguição dignas de um bom filme de ação. O primeiro filme de Moore pode não ser o melhor, mas deixa o espectador ansioso conhecer mais sobre a nova roupagem do personagem.
Bondcast Brasil 0018 – Viva e Deixe Morrer, só não deixe de ouvir
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007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (1974)
Se a trama não animar o espectador por ser trivial, com certeza os diálogos memoráveis, as cenas de ação, a ótima atuação de Christopher Lee e o humor único de Roger Moore garantem uma boa diversão. Mantendo o padrão dos filmes anteriores, 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro mescla aventura e comédia sem perder o ritmo. O vilão da vez com certeza entra para o hall dos melhores vilões de 007, por apresentar características excêntricas e sua imponência. Nesse novo longa fica claro que Roger Moore da conta de segurar com elegância e charme o papel do famoso espião, James Bond.
Bondcast Brasil 0020 – 5 contra 1 com Pistola de Ouro
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007 – O Espião Que Me Amava (1977)
O décimo filme de 007 é um dos melhores exemplos de como levar a franquia para o auge novamente. Sem deixar de lado os elementos clássicos, 007 O Espião Que Me Amava trouxe para a série uma das melhores aventuras do espião britânico até hoje. Em termos técnicos, o longa é de longe o mais bem elaborado e grandioso. Se a fotografia e os ambientes não te conquistarem, as sequências de ação e mistério vão. O fato de James Bond receber ajuda de outra espiã e do exército britânico, torna a aventura mais humana – dessa vez não é só um homem que salva o mundo todo. Roger Moore surge mais a vontade e carismático como nunca, conduzindo o público em uma das melhores, se não a melhor aventura de James Bond.
Bondcast Brasil 0021 – E o Espião que nós amamos
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007 Contra o Foguete da Morte (1979)
Depois do grande sucesso de 007 O Espião que me Amava, a escolha de levar James Bond para uma aventura espacial aparentemente mostraria que a franquia não tem limites, porém aconteceu exatamente o oposto. O Foguete da Morte é a prova de que 007 tem limites e devem ser respeitados para não virar piada. O desenvolvimento da trama, com ótimas sequencias de ação e diversão, seguem o padrão dos longas anteriores. O problema é quando o herói se torna super-herói. Um agente habilidoso que se transforma em um especialista em física, astronomia e pilotagem de nave espacial – um pouco demais não? Apesar do exagero, o filme apresenta um bom vilão, ótimos atores coadjuvantes, uma fotografia e sequências de ação muito bem filmadas – e é claro, a excelente interpretação de Moore.
Bondcast Brasil 0024 – Te mandando para o Espaço
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007 Somente Para Seus Olhos (1981)
Buscando se distanciar do filme anterior (os produtores perceberam que levar Bond ao espaço foi longe demais) e apresentar um história mais realista, 007 Somente Para Seus Olhos é outro grande destaque da franquia. O tom mais sério e dramático proporciona um maior aprofundamento dos personagens, além de apresentar cenas de ação mais críveis e impactantes. Roger Moore provou que pode ser tanto um Bond mais humorista quando um Bond mais frio e violento. Sem perder ritmo de aventura e com humor nos momentos certos, o décimo segundo longa de 007 é um equilíbrio perfeito de boas cenas de ação, diversão e suspense. O resultado dessa nova “missão” mostra que James Bond combina mais como um herói sóbrio, mas ainda assim, a elegância e a presença de Roger Moore se destacam acima de qualquer coisa.
Bondcast Brasil 0026 – For Your Eyes and Ears
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007 Contra Octopussy (1983)
Este filme tenta consolidar a nova estética adotada no anterior e se sai ainda melhor. Trazendo um Bond mais realista mais ainda com humor, para muitos, este é o melhor filme de Roger Moore nos anos 1980. O ritmo cheio de aventura, com cenas de ação uma atrás da outra, tornam o longa um grande jornada envolvente até o final. Levando o espectador a belos lugares, e com uma trama misteriosa e bem desenvolvida, 007 Contra Octopussy talvez seja o filme de 007 que mais agrade a vários públicos. Apesar da idade mais avançada, Moore demonstra total controle e maestria de seu eterno personagem.
Bondcast Brasil 0028 – Operação Tentáculo
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007 Na Mira dos Assassinos (1985)
Na Mira dos Assassinos fica bem abaixo do nível do longa anterior, por apresentar uma trama pouco envolvente e um vilão mal aproveitado. Uma aventura sem ritmo em alguns momentos e o uso dos Estados Unidos como pano de fundo na maior parte da projeção soa comum demais – um ambiente (São Francisco) muito explorado no cinema hollywoodiano. Porém as cenas de ação não decepcionam. A sequência em Paris é umas das mais bem feitas da franquia até hoje. O tom de humor é outro ponto positivo, com Roger Moore bem à vontade no personagem e nitidamente não levando nada a sério demais. Apesar de não se destacar entre os melhores da série, 007 Na Mira dos Assassinos é um bom entretenimento para quem gosta do gênero e uma ótima despedida de Sir Roger Moore.
Bondcast Brasil 0030 – Na mira dos Bondcasters
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Nossa grande homenagem à obra foi feito abaixo:
Bondcast Brasil 0032 – A canonização de Roger Moore
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Por: Luis Vinicius Melione
Colaborou: Giuzão Chagas
Meninos, q texto! Adorei. Vou tentar ouvir novamente o BCB da carreira dele. Ainda estoutriste mas ñ quero me abater. Isso vai ser p/ relembrar ep/ me divertir um pouco tb. Bjs